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I’m so high right now.

Imagine um monte. Um monte muito alto, com nuvens no pico, que você mal consegue enxergar. É muito alto, rarefeito, quase tocando Deus. Demoraria eras e mais eras para alcançar o cume. Pois bem, agora se imagine nesse cume. No topo, no meio das nuvens, olhando para os quatro cantos do mundo e vendo tudo que acontece. Você sabe, foram poucos que atingiram tal estágio, poucos que encontraram o monte, muito poucos os que tentaram escalá-lo e muito menos os que atingiram o topo. Mas você está ali, no topo olhando tudo e todos, vendo todas as pessoas do mundo, mas ao mesmo tempo, mais sozinho do que nunca. Só você e uma imensidão, milhas e milhas do puro nada, somente o ambiente e as engrenagens do mundo. Você está acima e vê todos discutindo coisas banais, coisas frívolas, sendo que esse novo mundo é tão maravilhoso, tão rico e cheio de novidades, incontáveis delas.

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Por que vocês não vêem?!

Por que não olham ao seu redor e acima?!

Por que não querem acolhem esse novo mundo?!

Ficam parados e encarando o vazio cotidiano de vocês, onde a maior novidade, a coisa mais interessante do seu dia é o novo tênis, o novo companheiro do amigo, a fofoca alheia…

A vista daqui de cima é tão linda… Um horizonte de novidades se aproxima e vocês tem tanto medo dele…

Se vocês soubessem.

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A incrível efemeridade do eu social.

Sinto-me preso ao mundo inexistente, preso a uma realidade que hoje é mais real do que aquela que habito. Bytes são mais relevantes do que células, e isso me deixa triste. Perdi amores, amizades e fé diante das telas brilhantes que tanto me hipnotizam, tento sair, me distanciar dela, mas a dura verdade é que não há para onde correr. Podia ser tão melhor, tão mais criativo e brilhante… Mas fico preso a essa pseudorealidade.

Porra.

Então, fico pensando no que nos tornamos, não em mim, e sim em vocês. Tentam se diferenciar em roupas, cabelos, tatuagens, acessórios e no fim, são tão parecidos…É triste a obsessão por likes e comentários, sendo que desses um ou dois são das pessoas que realmente importam. As pessoas que estavam lá desde o começo.

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